- Cid afirma que Bolsonaro manteve prisão de Moraes em versão da minuta do golpe
- Documento previa estado de sítio, prisão de autoridades e novo pleito eleitoral
- Minuta foi encontrada pela PF na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
O tenente-coronel Mauro Cid declarou ao ministro Alexandre de Moraes, nesta segunda-feira (9), que o ex-presidente Jair Bolsonaro leu, discutiu e sugeriu alterações na minuta do golpe, e manteve Alexandre de Moraes como alvo de prisão. A afirmação foi dada durante julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
O Que Aconteceu 3u26p
- Depoimento ao STF: Em sessão do julgamento que apura a tentativa de golpe de Estado, Mauro Cid — ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro — declarou que o ex-presidente recebeu, leu e discutiu a minuta golpista em até três reuniões. Cid prestou depoimento diretamente ao relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.
- Minuta alterada por Bolsonaro: Segundo Cid, Bolsonaro sugeriu mudanças no conteúdo do documento, principalmente a remoção de trechos que previam a prisão de diversas autoridades dos Poderes Judiciário e Legislativo. Apesar disso, o presidente do TSE à época, Alexandre de Moraes, continuaria como alvo de prisão, mesmo após os ajustes feitos por Bolsonaro.
- Conteúdo da minuta: A minuta era composta por duas partes: Uma primeira parte com “considerandos” políticos e jurídicos, que listava supostas interferências do STF e do TSE nas eleições. Uma segunda parte com propostas como estado de sítio, prisão de autoridades, estado de defesa e criação de um conselho eleitoral para realizar novas eleições.
- Documento foi localizado pela PF: A minuta foi encontrada pela Polícia Federal na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, durante uma operação autorizada por Alexandre de Moraes. O material está sendo usado como prova-chave na investigação sobre a articulação golpista.
- Bolsonaro manteve Moraes como alvo: Cid relatou que, embora tenha “enxugado” o texto, Bolsonaro manteve a prisão de Moraes como única prevista. “O presidente recebeu e leu. Retirou todas as autoridades, menos o senhor”, disse Cid olhando diretamente para o ministro.
- Finalidade golpista: Segundo o depoente, o objetivo do documento era anular o resultado das eleições de 2022 e promover um novo pleito, sob tutela de um conselho nomeado.